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8 de março: mulheres no segmento veicular

O 8 de março é marcado pelo Dia Internacional das Mulheres, evidenciando a luta por mais direitos e melhores condições de vida.

Apesar das conquistas alcançadas ao longo dos anos, as diferenças entre os gêneros ainda são indiscutíveis, reforçando a importância das lutas por equidade. Entre essas lutas, no Brasil, está o mercado de trabalho.

Embora a inserção das mulheres no mercado de trabalho seja cada vez mais, ainda há muito o que ser conquistado.

Quando se fala em profissão, em geral, aquelas relacionadas ao cuidado, como enfermagem, pedagogia e assistência social, são vistas como profissões “femininas”. Enquanto isso, aquelas relacionadas a negócios, números e tecnologia são tidas como “masculinas”.

Todo esse estigma atinge, de forma intensa, o segmento veicular, que envolve engenharia, mecânica automotiva, vistoria e inspeção, Direito de Trânsito, automobilismo etc.

O estudo Diversity Matters: América Latina, feito com 700 empresas em 2020, apontou que aquelas que possuem equipes executivas diversificadas têm 14% de chances a mais de superar a performance de seus concorrentes.

Por sua vez, a pesquisa Diversidade do Setor Automotivo de 2019 apontou que 77% dos cargos de diretoria são ocupados por homens. Esse desequilíbrio fica ainda mais evidente nas posições de vice-presidência e presidência: apenas 15% das cadeiras têm comando feminino.

A despeito disso, o setor vem sofrendo cada vez mais influência das mulheres, que estão aí para provar que merecem muito reconhecimento.

Neste Dia Internacional da Mulher, resolvemos trazer a história de quatro mulheres do ramo veicular para contar um pouco sobre os desafios de trabalhar em uma área ainda tão machista.

Adriana Souza conta que foi justamente o exemplo de outra mulher que a inspirou a seguir nesta área. Ela se espelhou em uma vistoriadora e proprietária de ECV para estudar e se tornar a CEO da SSCAR Vistoria Automotiva, no município de Presidente Prudente, em São Paulo.

Adriana Souza, CEO da SSCAR Vistoria Automotiva

“Mulheres ainda são minoria neste ramo, tem que ter iniciativa. Graças à luta promovida por longos períodos, nós temos conquistado nosso espaço na sociedade. Hoje vemos muitas mulheres assumindo empregos e ocupando cargos importantes em diversos segmentos do mercado, em especial do ramo de automóveis.”
– Adriana Souza

Sabe-se o quão comum é que não levem a sério mulheres que buscam e exercem funções historicamente vistas como “masculinas”. Dessa maneira, uma constante é a falta de credibilidade atribuída a elas de forma veemente e até mesmo debochada.

A advogada de Direito Administrativo e de Trânsito, Fernanda Kruscinski, conta que foi muito subestimada quando decidiu entrar para o setor de segurança veicular.

Fernanda Kruscinski, advogada de Direito Administrativo e de Trânsito

“Até hoje, infelizmente, passo por isso. Embora este ano complete dez anos de advocacia, alguns homens do segmento ainda não reconhecem a presença da mulher nesse mercado”, lamenta a também assessora jurídica da Federação Nacional de Inspeção Veicular (Fenive).

Ela desabafa contando que “você pode falar dez vezes a mesma coisa; sempre vão contestar. Infelizmente o pensamento retrógrado e o pouco conhecimento levam essas pessoas a duvidarem da capacidade feminina, não apenas na minha área, mas também nas demais”.

“Vejo colegas do segmento, com amplo conhecimento técnico — empresárias, engenheiras, técnicas —, que têm suas respostas questionadas pelo simples fato de serem mulheres”, conclui Fernanda.

Nesse sentido, as mulheres costumam ter suas habilidades profissionais colocadas em xeque. A vistoriadora e CEO Adriana conta que, entre as situações pelas quais já passou, “um vendedor de agência de carros, ao chegar a ECV, notou meu crachá escrito ‘vistoriadora’ e perguntou se eu realmente fazia vistoria veicular, duvidando que uma mulher teria a capacidade de realizar o mesmo serviço que um homem”.

Sandra Vieira, a sócia-administrativa da ITL Autotec, localizada na capital Goiânia, afirma que no setor de inspeção veicular é rotineiro o questionamento por parte do cliente, não sendo algo exclusivo das mulheres. Porém, ressalta que a questão do gênero só agrava a desconfiança e a situação.

Sandra Vieira, sócia-administrativa da ITL Autotec

Nessa perspectiva, a auditora independente do Inmetro, Ana Paula Carvalho, conta que quando começou sua carreira no segmento veicular, “todos os responsáveis eram homens. Diante de alguns, tive que me impor muito para mostrar que sabia e conhecia o mesmo tanto que eles. Infelizmente, até hoje, parece que, apenas por sermos mulheres, sabemos menos”, lamenta.

Ana Paula Carvalho, auditora independente do Inmetro

Ao relembrar das situações em que foi relegada durante o trabalho, Ana cita que “uma vez estava acompanhando uma obra de uma ITL e me disseram que eu não entendia nada sobre obra e sobre os requisitos técnicos e que não saberia realizar a auditoria e aplicar não conformidades, entre outras coisas”.

Diante dessas situações, muitas vezes é preciso estar um passo à frente e enfrentar o machismo de cara a cara no ambiente de trabalho.

A advogada Fernanda afirma que faz isso “me impondo, na medida do possível. Infelizmente a mulher, ao se posicionar, acaba pegando aquele estigma de ‘mal-amada’, ‘grossa’, ‘falta de homem’, entre diversos outros adjetivos que escutamos no dia a dia. Infelizmente não temos outra opção além de mostrar o nosso trabalho e valor, e sermos reconhecidas por isso”.

Ana Paula, auditora independente, declara que o legado que deseja deixar é que “todas as mulheres devem lutar por uma posição independente, com firmeza e honestidade. Afinal, a mulher é de suma importância: todos precisam dela para estar neste mundo”.

Sandra afirma que o Dia Internacional da Mulher é de suma importância, sendo um momento de reflexão sobre a luta e as conquistas das mulheres, sobretudo por equidade e respeito.

Sobre a importância do Dia Internacional da Mulher, Fernanda diz que “a data representa o reconhecimento por igualdade e deve ser lembrada por toda luta que já passamos e por aquelas lutas diárias que todas vivenciamos”.

Para Adriana, “o dia 8 de março deve ser comemorado, mas, também compreendido como mais um dia de luta pelo respeito e igualdade, além de fazer refletir e engajar para o fim de todos os atos de violência que várias mulheres ainda sofrem em todo mundo”.


Também parte do segmento veicular, o Grupo Otimiza valoriza e incentiva suas colaboradoras e deseja que todas as mulheres sejam respeitadas e reconhecidas.

De todos os nossos cargos de gestão, 85% são ocupados por mulheres. Acreditamos na competência e habilidade das mulheres tanto no segmento veicular como na tecnologia ou em qualquer outra área.

Da esquerda para a direita: Fabiana Tinoco, coordenadora de Marketing; Karolina Zeferino, coordenadora Administrativo; Isabella Machado, coordenadora de RH; Thaís Veloso, coordenadora de Suporte e Daniela Duarte, coordenadora de Qualidade e Compliance

Nosso desejo é que haja cada vez mais mulheres em mercados historicamente “masculinos” e que consigamos construir uma sociedade que ofereça igualdade de condições entre todos os gêneros.

Portanto, neste Dia Internacional da Mulher, expressamos nosso apoio a todas as mulheres, em especial àquelas do segmento veicular. Contem com o nosso suporte e valorização.

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