Comprar um veículo costuma ser um processo emocionante e também um pouco desafiador. Além do modelo, cor e forma de financiamento desse sonho, deve-se ter em mente o cuidado para que a excitação e animação em adquirir esse novo bem não passem por cima da razão nesse momento.
Comprar um veículo é um grande investimento. Por isso temos certeza de que você deseja acertar em uma escolha que valha a pena e não te traga problemas no futuro, sejam eles relacionados às condições do carro e sua performance ou mesmo em aspectos da sua procedência.
Foi pensando em te ajudar nesse processo que trouxemos aqui alguns dos principais pontos de atenção na hora de comprar um veículo seminovo ou usado!
Você sabe a diferença entre um veículo seminovo e um usado?
Embora muitas vezes essas duas palavras sejam usadas como sinônimos, já vamos te avisando que elas não são.
“O que diferencia um veículo seminovo para um usado é a idade. O veículo que acaba de sair da concessionária é considerado um seminovo até os três primeiros anos, depois disso, é considerado como veículo usado”, explica o Gestor Geral da Mira Motors, Ricardo Carvalho Miranda.
Ele também afirma que “isso é uma regra teórica do mercado para que possamos ter parâmetro de como classificar os veículos. Portanto, vale ressaltar que, existem alguns veículos seminovos cujo estado de conservação não faz jus a sua classificação de seminovos, uma vez que parecem mais com um veículo usado devido ao mau uso do mesmo”.
Logo, essa classificação pode ser feita com base em aspectos que vão desde a quantidade de donos que o veículo já teve à quantidade de quilômetros rodados, por exemplo.
É importante que você conheça bem as orientações para classificar veículos usados e seminovos para que não acabe “comprando gato por lebre” no momento de uma aquisição, uma vez que veículos seminovos costumam ser vendidos por um valor um pouco maior. Aqui vamos entender os motivos dessa diferenciação.
Veículos seminovos
Os veículos podem ser classificados com base no tempo de uso, quilometragem e quantidade de donos, seguindo as orientações abaixo:
- Tempo de uso: os veículos seminovos são aqueles utilizados por no máximo 3 anos e que ainda apresentam todas as peças originais bem como lataria e parte interna livre de avarias. O veículo deve estar em pleno funcionamento e com sua parte mecânica intacta para poder ser chamado de seminovo, mas essa classificação também pode ser feita por outros critérios.
- Quilometragem: utilizando a quilometragem como critério, passam a ser considerados seminovos apenas aqueles carros que tenham rodado menos de 20 mil quilômetros, pois entende-se que a partir disso o carro passa a sofrer desgastes significativos e demandar a troca de peças.
- Quantidade de donos: para ser considerado seminovo, o carro só pode ter tido um único dono, mesmo que os outros dois critérios sejam cumpridos. Isso significa que um carro abaixo de 20 mil quilômetros rodados e com menos de 3 anos de uso pode ser classificado como usado caso já tenha sido revendido pelo menos uma vez.
Veículos usados
Agora ficou fácil identificar quais são os veículos usados, não é? Vamos aos aspectos de cada categoria!
- Tempo de uso: serão considerados usados aqueles carros com mais de 3 anos.
- Quilometragem: serão considerados usados veículos com mais de 20 mil quilômetros rodados.
- Quantidade de donos: são considerados usados os veículos que já tiveram mais de um dono.
Isso significa que os veículos usados não têm qualidade?
Não mesmo! Veículos usados continuam sendo uma ótima opção de entrada, e existem diversos modelos que atendem às necessidades da maioria dos condutores por um preço mais em conta.
6 cuidados que podem te ajudar na escolha do seu veículo seminovo ou usado
1. Fique atento à quilometragem e às peças do veículo
A quantidade de quilômetros rodados está diretamente ligada ao desgaste das peças originais em um automóvel, ou seja, quanto mais se roda, mais desgaste existe e mais próximo aquele veículo está de exigir uma manutenção ou troca em alguma de suas peças.
“Atente-se à quilometragem do veículo, certifique-se de que ela condiz com a realidade do veículo. Por exemplo: veículo com quilometragem baixa, mas com pneus ruins, muitos arranhões na pintura, falta de peças no interior do veículo – isso pode ser indício de que a quilometragem possa ter sido adulterada”, adverte Ricardo.
A dica aqui é procurar por veículos com baixa quilometragem ou com peças trocadas recentemente e de boa qualidade.
Isso significa que, mesmo com um tempo de uso longo, as suas peças estarão menos desgastadas, fazendo desses carros um bom negócio para quem procura uma relação custo-benefício a longo prazo, considerando não apenas o valor de compra, mas principalmente a manutenção do automóvel.
2. Procure saber quantos donos o veículo seminovo ou usado já teve
Além de ser importante para a classificação como seminovo ou usado, ter informações sobre a quantidade de donos é imprescindível para atestar a procedência do veículo e evitar dores de cabeça.
Antes de partir para os detalhes quanto à procedência e como atestá-la por meio de um processo de vistoria, cabe a reflexão levando em conta também os outros critérios.
Se um carro já passou por diversos donos num tempo de uso muito pequeno, inferior a 3 anos, por exemplo, pode-se desconfiar de que algum aspecto do veículo não cumpre com as expectativas, e, por isso, talvez valha repensar a escolha. Aqui vale sempre aquela boa conversa com o vendedor e uma pesquisa de avaliações e resenhas sobre o modelo que está sendo considerado.
3. Faça um test-drive
“Jamais compre um carro sem antes fazer um test-drive, seja ele novo, seminovo ou usado, pois é nesta hora que você conseguirá perceber se tem algum barulho incomum, seja ele no motor ou suspensão, por exemplo”, afirma Ricardo.
O test-drive é o teste de direção. É quando você experimenta o carro antes de fechar negócio, podendo analisar a dirigibilidade do veículo e o funcionamento dos acessórios e equipamentos do modelo.
É essencial fazer um test-drive para evitar possíveis dores de cabeça no futuro. É apenas por meio do test-drive que é possível identificar determinados benefícios e desvantagens de um veículo.
Durante um test-drive, é importante se atentar, sobretudo, à reação do motor nas subidas, estabilidade nas curvas, conforto acústico, conforto ao volante e a qualidade dos bancos, por exemplo.
4. Faça uma vistoria cautelar
A vistoria cautelar é o procedimento mais completo para constatar a autenticidade das informações fornecidas sobre o carro antes de adquiri-lo.
Ela não é uma etapa obrigatória na compra de um veículo, mas, sem dúvida, pode fazer toda a diferença.
Isso porque, a partir da vistoria cautelar, quem pretende comprar saberá, com certeza, a procedência do veículo e as condições reais de suas funcionalidades, evitando a compra de um carro clonado ou dublê, adulterado ou fruto de roubo, por exemplo.
Além disso, o procedimento verifica se há alguma pendência ou dívida relacionada ao veículo que possam trazer problemas jurídicos ou financeiros ao proprietário.
A vistoria cautelar trata-se, portanto, de um checkup do carro, que analisa diversos pontos importantes para entender se vale a pena ou não adquirir determinado veículo.
Para ficar tranquilo com relação à compra, solicite ao atual proprietário do veículo que o leve a uma empresa de vistoria cautelar para realizar o serviço.
Se tudo correr bem, você pode iniciar, com tranquilidade, o processo de compra do seu futuro veículo! É importantíssimo ressaltar que a vistoria cautelar não substitui a vistoria de transferência – etapa obrigatória na compra de um veículo seminovo ou usado.
Apesar de não serem tão completos como uma vistoria, você também pode consultar informações sobre o veículo de forma gratuita no Portal Senatran, Sinesp Cidadão e no app do Detran a partir da placa do automóvel para verificar se o veículo possui restrições.
5. Faça a vistoria de identificação veicular para transferência de propriedade
A vistoria de identificação veicular é um passo obrigatório no processo de venda dos veículos seminovos e usados. Então nem pense em fugir dela na hora da compra, pois é nessa etapa que você poderá garantir as boas condições do seu novo bem e efetivar a transferência de propriedade.
A vistoria veicular é realizada pelas Empresas Credenciadas de Vistoria (ECV) ou, se em seu estado essa opção não estiver disponível, pelo próprio Detran. Após a vistoria, é emitido um laudo (aprovado; aprovado com apontamentos ou reprovado), que assegura a legitimidade da propriedade, a autenticidade da documentação e a segurança das condições do carro em questão para prosseguir com a transferência de propriedade.
Além dos critérios visuais de avaliação, a vistoria inclui uma análise dos documentos do veículo, trazendo informações como a numeração do chassi, modelo e ano, cor, combustível, eventuais irregularidades e principalmente a legitimidade da procedência do veículo.
É a partir do laudo aprovado dessa vistoria que você conseguirá regularizar a compra e emitir um novo Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLVe) em seu nome.
6. Faça uma boa pesquisa e um bom planejamento financeiro
Por último, mas não menos importante, uma vez que as condições do veículo já foram analisadas, não deixe de fazer uma boa pesquisa de preços para o modelo que você deseja. É possível que eles variem muito de um vendedor para outro e tudo que você não quer é descobrir um anúncio com um belo desconto logo depois de fechar negócio.
Além da pesquisa de preços do carro, planeje-se também para todos os custos envolvidos nessa compra e na manutenção do seu novo possante. Não se esqueça de levar em consideração os custos com impostos, manutenção e, claro, com o abastecimento.
“Lembre-se: compre veículos em lojas com credibilidade ou de pessoas conhecidas; isso vai minimizar os riscos de cair em uma possível fraude”, orienta Ricardo.
Agora que você já sabe todos os cuidados que precisa tomar, está na hora de colocar tudo na ponta do lápis e dar os próximos passos rumo ao seu carro novo. Não se esqueça de seguir as dicas acima e aproveite a sua nova conquista!